top of page

Rebeca Costa, diretora de eventos da Annabra participa da pré-estreia do filme “Branca de Neve”

Influencer faz análise sobre a narrativa do live-action e compartilha suas percepções


“Ontem estive na pré-estreia do live-action de Branca de Neve e, como pessoa com nanismo, não poderia deixar de analisar o filme sob essa perspectiva. Desde o início, essa produção gerou polêmica, principalmente após as declarações do ator Peter Dinklage, que criticou a representação dos anões na história original. Em resposta, a Disney decidiu reformular os personagens e substituí-los por ‘criaturas mágicas’, o que dividiu opiniões – especialmente entre atores com nanismo, que perderam uma grande oportunidade de estar no elenco principal. Mas agora que assisti ao filme, posso compartilhar minha visão sobre essas e outras questões.”

 

Branca de Neve e sua construção como protagonista - “Para começar, um dos pontos que me agradou foi a forma como a protagonista foi retratada. O filme não comete o erro de transformá-la em uma guerreira genérica, apenas empunhando uma espada para parecer forte. Ela mantém sua feminilidade, mas sem deixar de ser corajosa e determinada. Essa abordagem respeita a essência da história e, ao mesmo tempo, traz uma modernização equilibrada.”

 

Presença de um ator com nanismo no elenco - “Desde que a Disney anunciou que os sete anões não seriam interpretados por atores reais, mas sim por personagens cinematográficos, criou-se a impressão de que nenhuma pessoa com nanismo estaria no filme. No entanto, isso não aconteceu. O ator George Appleby faz parte do elenco e interpreta um dos membros da equipe de bandidos liderada por Jonathan, par romântico da Branca de Neve. E o mais interessante é que sua presença na história não tem relação com sua condição. Ele está ali como qualquer outro personagem, desempenhando um papel que poderia ser de qualquer ator. Esse tipo de representatividade, onde a deficiência não define o personagem, é algo que sempre devemos valorizar.”

 

Os anões e seu papel na narrativa - “Sobre os anões, ao contrário do que foi dito por algumas pessoas antes do lançamento, eles não são retratados como submissos. No filme, eles são parte essencial da trama e têm um papel ativo na luta para recuperar o reino e restaurar os valores perdidos com a chegada da madrasta. Eles não são apenas coadjuvantes cômicos, mas sim personagens com um propósito real na história.”

 

O arco do Dunga - “Entre esses personagens, Dunga se destacou para mim. Durante toda a narrativa, ele não fala, mas a Branca de Neve encontra formas de se conectar com ele, incentivando-o. No desfecho, ele supera esse bloqueio e dá um grito de guerra, mostrando que cada um tem seu tempo para se libertar de suas amarras. A mensagem aqui é clara: não há pressa para superar desafios, mas o apoio certo faz toda a diferença.”

 

O romance e a independência da protagonista - “O romance entre Branca de Neve e Jonathan também foi trabalhado de forma diferente. Não há aquela dependência emocional exagerada; pelo contrário, a personagem tem seus valores e princípios bem definidos. O amor surge naturalmente, como uma consequência da jornada dela. O beijo, nesse contexto, não vem como uma ‘cura mágica’, mas como a peça final de uma história construída com propósito.”

 

Cena do susto e interpretações - “Uma cena que pode gerar discussão é quando a Branca de Neve se abriga na casa e os anões chegam. Ela acorda assustada e grita. Mas, ao meu ver, essa reação não tem nada a ver com preconceito – qualquer pessoa se assustaria ao acordar com um desconhecido ao lado. Esse é um exemplo de como algumas interpretações podem ser subjetivas.”

 

A decisão da Disney sobre o termo ‘anões’ - “A Disney acertou ao optar por não usar o termo ‘anões’ e se precaver de um possível capacitismo. O correto é referir-se a nós como pessoas com nanismo, então essa decisão demonstra um cuidado com a terminologia e a forma como representamos diferentes grupos dentro da sociedade. Além disso, o filme mantém a magia do conto original sem reforçar estereótipos ultrapassados, o que contribui para uma narrativa mais respeitosa e inclusiva.”

 

Conclusão - “Resumindo, o live-action conseguiu equilibrar tradição e modernidade, trazendo reflexões interessantes sem perder a essência do conto de fadas. Agora, quero saber a opinião de vocês: o filme conseguiu entregar uma abordagem mais inclusiva? Comentem aqui embaixo e vamos continuar esse debate!”

 

 Rebeca Costa é inlfuencer, tem nanismo e faz um profundo trabalho de reflexão sobre a deficiência. É diretora de eventos da Annabra e têm se destacado em projetos de acessibilidade no Rio de Janeiro, a exemplo do carnaval na Sapucaí. Se perfil no instagram é @looklittle - https://www.instagram.com/looklittle/

 

 
 
 

Comentarios


©2022 por annabra. Criado por VélvitDesign

bottom of page